O estado de Santa Catarina possui o
maior plantel de suínos do Brasil, sendo também o maior exportador de carne
suína brasileira, tem também o maior consumo per capita do país, comportando as
maiores cooperativas e agroindústrias do setor instaladas em seu território.
O
rebanho suíno ocupa uma importante fatia da atividade econômica do estado,
participando com cerca de 18% de toda receita agrícola. Juntamente com toda a
importância econômica ligada a atividade, temos uma importância ecológica
fortíssima ligada aos dejetos provenientes da atividade. Os suínos apresentam
baixa eficiência do processo digestivo, fazendo com que a suinocultura seja uma
das atividades agropecuárias de maior risco ambiental.
O estado de Santa
Catarina possui a maior densidade suína do Brasil com 54,9 suínos/km², quando
falamos somente da região oeste catarinense temos uma densidade de 169,1
suínos/km², em algumas sub-bacias este número pode chegar a 613 suínos/km²
(Sub-bacia do Rio do Lajeado Fragosos) tornando-se uma situação preocupante do
ponto de vista da segurança epidemiológica e impactos ambientais.
O grande
volume de dejetos, proliferação de bactérias e substancias poluentes, são
demasiadamente preocupantes nestas áreas de alta densidade produtiva. Em estudo
feito pela EPAGRI (1995 a 1998) constatou-se que 80% das águas da região
estavam contaminadas por dejetos suínos.
Há evidencias que a proliferação de insetos
e emergência de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos estão
associados aos sistemas convencionais inadequados de manejo e tratamento de
dejetos. Estudos realizados em de tratamentos de esgoto sanitário através de
sistemas de tratamento do tipo alagados construídos, mostram grande eficiência
na remoção de nitrogênio e fósforo da água residual. Tratamentos em tanques por
zona de raízes mostraram uma elevada eficiência na remoção de nutrientes, com
90,5% para fósforo total e até 93,9% do nitrogênio amoniacal.
Em trabalho
realizado por SILVA (2013) utilizando o sistema Vetiver no tratamento de
efluentes líquidos de uma unidade produtiva de bovinocultura de leite, obteve
resultados de redução na ordem de 95% de sólidos totais, 99% de demanda química
de oxigênio (DQO), 97% demanda bioquímica de oxigênio, 93% de nitrogênio
amoniacal, 88% de nitrato, 96% de nitrogênio total e 93% de fosforo. Os
resultados mostram a eficiência do capim Vetiver no tratamento de dejetos
provenientes de animais, consequentemente com as diminuições dos teores de
nutrientes disponíveis na água, haverá a diminuição de proliferação de insetos
e bactérias, que necessitam dos mesmos para proliferação.
Todos os estudos
apontam para uma eficiente redução dos parâmetros negativos causados pelo
lançamento de efluentes não tratados, ou parcialmente tratados em sistemas
deficitários. Através dos resultados de estudos nos mais diversos segmentos de
neutralização de elementos químicos pelo sistema Vetiver, podemos afirmar que a
espécie é uma alternativa promissora, viável técnica e economicamente,
barateando os custos produtivos da atividade, agregando valor ecológico ao
agronegócio sustentável, com um cunho ambiental muito importante, beneficiando
a qualidade de vida e do meio ambiente da região.
MSc. Engenheiro Florestal
- Antônio Fernando Zimermann