A proteção do solo por meio de cobertura viva, utilizando
resíduos orgânicos ou restos culturais são condições fundamentais para se
evitar a desagregação do solo devido ao impacto das gotas de chuva e,
consequentemente, o avanço do processo erosivo. Entretanto, mesmo em áreas onde
esse manejo é adotado, a partir de determinada inclinação, a capacidade da
cobertura do solo em dissipar a energia erosiva da enxurrada é superada,
facilitando o arraste de plantas, restos culturais e de partículas do solo.
Para se garantir a eficiência da cobertura do solo e reduzir a ação da
enxurrada é necessário compartimentar o comprimento do declive em áreas
menores, seja através de barreiras físicas, como terraços e valetas, seja com
barreiras vivas, como o plantio em faixas e os cordões vegetados. Dentre as
plantas utilizadas para a formação de cordões vegetados, o capim Vetiver é
considerado uma das mais eficientes por possuir sistema radicular profundo, chegando
a até 6 metros profundidade, alta
rusticidade e adaptabilidade a variadas condições de solo e clima e sementes
estéreis sob as nossas condições, o que impede que se torne uma planta invasora.
Os cordões de capim Vetiver são capazes de auxiliar na
redução do escoamento superficial, retenção de sedimentos, estabilização de
terraços, valetas e bacias de captação, bordadura e paredes de voçorocas; na
proteção das margens de cursos d’água e, em consórcio com outras culturas, na
proteção e melhora das propriedades do solo. A aplicação do capim Vetiver para
controle da erosão é uma das técnicas vegetativas que se utiliza para
estabilizar encostas e taludes, fazendo o que se chama de grampeamento do solo,
além de reter sedimentos arrastados pela enxurrada e reduzir a velocidade da
mesma, diminuindo seu poder erosivo, porém outras técnicas devem ser associadas
a esta para que o processo erosivo possa ser controlado com maior segurança. Sua
aplicação é feita com a formação de cordões de vegetação permanente, que podem
ser usados em nível ou em desnível, de acordo com a necessidade e a
possibilidade de cada situação.
Os cordões devem ter espaçamento entre plantas de 15 a 30
cm, para que se feche o mais rapidamente. O espaçamento entre cordões será de
acordo com a sua aplicação. Para a aplicação em encostas e taludes, a escolha
do espaçamento deve levar em consideração a inclinação do terreno, o tipo de
solo, o índice de precipitação do local, a presença ou não de vegetação e o
comprimento da rampa.
De forma geral, o cálculo do espaçamento entre cordões
pode ser feito da mesma forma que para os terraços de base estreita. Se for
feito um plantio com mudas em tubete, as covas devem ter dimensões apropriadas
para que o torrão da muda possa ficar intacto. Quando o plantio for feito com
mudas de raiz nua, podem ser abertas valas para o plantio; nos dois casos, a
adubação deve ser feita com o uso de esterco e fontes naturais de fósforo e
potássio.
(Chaves & Andrade,2013)
(Chaves & Andrade,2013)